A Portela animou o público com um enredo sobre a Bahia e em homenagem à cantora Clara Nunes. Mocidade chamou a atenção com um desfile cheio de cor e alegorias impressionantes, uma homenagem a Cândido Portinari. Já a Beija-Flor teve como destaque a lembrança do carnavalesco Joãozinho Trinta, morto no ano passado.
A estreante
Renascer de Jacarepaguá foi a primeira a desfilar nesta primeira noite do Grupo Especial do Rio. Ela se apresentou com um show de cores em uma homenagem ao pintor Romero Brito.
Em contraponto às alas e alegorias coloridíssimas, os integrantes da bateria desfilaram de preto, uma das cores marcantes do homenageado.
Os integrantes vieram empolgados, com o samba-enredo na ponta da língua, para tentar manter a escola na elite das escolas de samba. Ao fim do desfile, o homenageado estava emocionado. "O mais importante foi poder desfilar ao lado do meu filho", disse Romero Brito.
A Portela, segunda a desfilar, falou sobre a Bahia e a cantora Clara Nunes. Para homenagea-la, a escola levou para a avenida cantoras brasileiras como Marisa Monte, Daniela Mercury e Vanessa da Matta, que encarnou a cantora lembrada. Também desfilou pela Portela o sambista Paulinho da Viola. "Eu vim honrosamente ao lado da águia e da Marisa (Monte). É um desfile magnífico, todo mundo cantou junto, foi contagiante", disse.
O samba da escola animou o público, e a bateria foi um dos grandes destaques. A escola carioca desfilou com dez integrantes do afoxé Filhos de Gandhy, da Bahia, e levou atabaques para reforçar o samba. A rainha de bateria Sheron Menezes estava deslumbrante e também ajudou os músicos.
A Imperatriz Leopoldinense foi a terceira se apresentar, com um enredo sobre Jorge Amado, e está na disputa pelo título. Com fantasias e carros alegóricos impecáveis, a escola levou para a Sapucaí personagens marcantes, como Gabriela, Dona Flor e Perpétua.
Um dos destaques da escola foi a rainha da bateria, Luiza Brunet, que está há 17 anos à frente dos ritmistas. O desfile terminou no tempo máximo e, apesar de um imprevisto em um dos carros --que mudou a ordem das alas, não teve grandes problemas.
Depois foi a vez de
Mocidade Independente desfilar pela Sapucaí, com um enredo sobre o pintor Cândido Portinari. O carro abre-alas foi um dos destaques. Ele trazia uma escultura de Portinari à frente, com um monte de estrelas feitas de espelhos atrás, lembrando o símbolo da escola. O efeito brilhante era ainda iluminado por luzes coloridas.
Apesar de lindo, o carro deu problemas para a Mocidade. Ele se desviou para o lado e bateu na proteção que separa o público da pista. Integrantes da escola tiveram que empurrar a alegoria para colocá-la de novo no centro da avenida. O presidente da escola, Paulo Vianna, minimizou o problema. "Foi a barra da direção que quebrou, mas não acho que isso vai prejudicar a escola, estamos cumprindo a nossa missão."
Outro destaque da escola foi a bateria, que vinha vestida com as cores do pintor, colorindo a avenida. Os músicos fizeram coreografia e ainda interagiram com a ala das passistas, inovando no desfile.
A Porto da Pedra entrou na avenida com um enredo sobre a invenção do iogurte. Ela mostrou desde a transformação do leite em iogurte, na comissão de frente, até apresentar o inventor da bebida --representado pelo ator Marcelo Serrado, que estava no último carro.
O abre-alas da escola teve uma tigresa de nove metros de altura, símbolo da Porto da Pedra. Outro grande destaque da escola estava à frente da bateria: a rainha Ellen Roche, que representou a "riqueza do leite".
A Beija-Flor, grande campeã do ano passado, foi a penúltima a desfilar, com um enredo sobre São Luís do Maranhão. O principal destaque da escola foi a homenagem que ao carnavalesco Joãosinho Trinta, que morreu em dezembro de 2011.
O carnavalesco trabalhou na escola por 17 anos. Em 89, a Beija-Flor foi impedida de levar para o sambódromo a imagem de um Cristo mendigo dentro do enredo "Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia". Joãosinho, então, envolveu a estátua em plástico preto, com uma faixa onde se lia "Mesmo proibido, olhai por nós". Na homenagem desta noite, a Beija-Flor colocou uma estátua de Joãosinho num carro cheio de mendigos em alusão à alegoria proibida.
"Eu tenho certeza que ele está aqui", disse o carnavalesco Laíla muito emocionado no final do desfile. "Eu retribuí com esse desfile tudo o que Joãosinho fez pelo Carnaval."
A Vila Isabel fechou o primeiro dia de desfiles no Rio com um enredo sobre os laços que unem Brasil e Angola. O destaque foi a comissão de frente da escola, que simulava uma savana, alternando representações de animais e danças africanas.
As fantasias e alegorias foram marcadas por estampas e tecidos inspirados em Angola. O último setor mostrava a origem do samba no país de continente africano. Martinho da Vila, grande nome da escola, entrou na última alegoria --foi dele a sugestão do enredo. (Fonte: Folha.com)
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