O forte terremoto que ocorreu em março na região costeira do Japão provocou um raro “tsunami de fusão”, nome dado a duas ondas que se fundem e têm seu poder de destruição ampliado quando chegam à terra firme
As duas ondas se tornaram uma “onda única, de altura dobrada em alto-mar”, explicou a Nasa (agência espacial americana) nesta quarta-feira, 7 de dezembro. O momento da junção pôde ser observado em imagens tiradas por satélites norte-americanos e europeus.
“A onda foi capaz de viajar longas distâncias sem perder a potência”, diz a agência em um comunicado. “As dorsais oceânicas e as cadeias montanhosas submarinas a empurrou para várias direções desde a origem do tsunami.”
A Nasa destaca: “A descoberta ajuda a explicar como os tsunamis podem cruzar bacias oceânicas e causar uma grande destruição em alguns lugares, enquanto deixa outros imunes.”
De acordo com Tony Song, do JET (Laboratório de Propulsão a Jato), que pertence à Nasa, observar a onda dupla com satélites é uma chance rara – uma entre 10 milhões.
“Os cientistas suspeitaram durante décadas que este tipo de ‘tsunami de fusão’ pode ter sido responsável pelo tsunami chileno de 1960, que matou quase 200 pessoas no Japão e no Havaí. Ninguém tinha observado um ‘tsunami de fusão’ até agora”, completou Song.
O terremoto de magnitude 9 e o posterior tsunami de 11 de março deixaram milhares de mortos ou desaparecidos e devastaram zonas do nordeste do Japão. O desastre natural também provocou uma crise atômica na central nuclear de Fukushima. (Fonte: Folha.com)
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